As mulheres estão fazendo uma revolução. Melhor ir se acostumando.
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Claudio Herique
Ontem, me deparei com esta manchete do UOL: “Homenageadas, premiadas e exaltadas” – Por que o Grammy 2019 foi das mulheres. Lembrei imediatamente da conversa que tive no dia anterior com um amigo: “você não acha que esse negócio de feminismo está muito exagerado?”, foi o questionamento dele.
Você acha certo uma mulher ganhar menos do que um homem na mesma função? Você acha correto uma mulher ser assediada na rua, no escritório? Você é a favor da violência contra a mulher? Como a resposta dele foi negativa, então perguntei: por que o feminismo o incomodava tanto (e a muitos homens)? A resposta dele é que muitas das notícias da imprensa tem um viés feminista, como se tudo agora fosse a respeito das mulheres.
Como jornalista que sou, respondi que esse fenômeno era normal. As mulheres passaram a ocupar espaços até então nunca ocupados por elas. E isso é notícia. Das mais importantes, por sinal. Antes, essas coisas passavam batidas. Isso mudou, porque as mulheres querem (e devem) ser mais reconhecidas pelos seus feitos – e não pelo fato de serem mulheres. Isso poderia ser um problema se as matérias fossem contrárias aos homens. Não me parece o caso.
Meu amigo ficou um tanto contrariado com minha resposta, mas o fato é que as mulheres estão engatando a 2ª marcha de uma verdadeira revolução. Olhe ao redor e veja a quantidade de seminários voltados para o público feminino: empreendedorismo, mulheres na tecnologia, no agro, na indústria automobilística. Elas estão denunciando – e mandando para a cadeia - assediadores de carteirinha. Já tem até fundo de investimento exclusivo para este público. Sim, mulheres também ganham dinheiro. E precisam investir, talvez com alguém que entenda suas realidades.
Os tempos em que uma mulher precisava de uma opinião (ou permissão) masculina para decidir o que vestir, qual profissão escolher, qual lugar frequentar, o que fazer com o próprio corpo, estão ficando no passado. Quem conhece essa liberdade não quer mais recuar. Com razão. O que você faria se estivesse no lugar delas?
Por isso, meu amigo, deixo um conselho. É melhor ir se acostumando. Procure entender essas mudanças e perceber que um mundo mais igualitário é melhor para todo mundo. Ninguém perde espaço e todos ganham. Apoie a ideia da equidade. E quem sabe, um dia, os feitos femininos não serão mais novidade, mas parte de um cotidiano que não incomode a mais ninguém.
Defendo a equidade de gênero e a igualdade de oportunidades com unhas e dentes. Mas confesso que travo uma briga todos os dias com o pequeno machista que ainda habita dentro de mim.
Neste vídeo faço uma reflexão sobre como o machimo entra cedo na vida das crianças - e bate forte nas meninas. Vale a pena, como pais e mães, refletir sobre como podemos mudar isso
Comercial da marca aborda o machismo e convida os homens a refletirem sobre como podemos ser seres humanos melhores. Mesmo assim, o vídeo está gerando uma série de manifestações masculinas contrárias. Leia minha reflexão aqui.
Não foi pouca coisa o que aprendi quando fui um dono de casa... Neste artigo compartilho alguns pensamentos sobre dependência financeira, carreira e filhos, trabalho doméstico e muito mais. Enfim, uma experiência que me ensinou muito sobre equidade de gênero